Poder nos cuidar em momento de muito estresse por conta do Corona vírus é desafiante, mas edificante perceber que somos todos feitos da mesma matéria e habitados das mesmas emoções. Descobrimos que não existem fronteiras que impeçam de cuidarmos uns dos outros. Somos todos humanos que padecemos das mesmas dores.

Apesar dos efeitos psicológicos negativos, os cientistas comprovaram que a quarentena é a medida, até o momento, mais eficaz contra a propagação do vírus. Felizmente hoje, podemos contar com as tecnologias e a interconexão que se mostram muito úteis em nos manter próximos em um tempo de grande vulnerabilidade como o atual.

A importância das relações familiares torna-se nesse contexto, suporte imprescindível no manejo dos danos de uma crise como a pandemia do COVID-19. Demonstrar empatia e solidariedade ajuda muito, mas a gentiliza tem sido a pontuação de maior conectividade social.
Sentir que você pode contar com outras pessoas e que pode apoiá-las é algo que pode contribuir para a melhora do estado emocional. Emoções positivas têm efeito protetor contra doenças físicas e mentais. Compartilhar emoções com pais, cônjuges, filhos, amigos e colegas, mesmo que online preenche e fortalece nossa necessidade de sentir-nos amados pelos outros e de sentir-nos importantes na vida dos outros.

É muito importante que façamos atenção aos sinais de vulnerabilidade. Pensando em quem é mais vulnerável – as crianças, idosos e quem já tem problemas de saúde – é comum ficarem mais ansiosos, zangados, agitados, retraídos ou muito desconfiados.

– Ajude-os a expressar como estão se sentindo falando, desenhando, cantando, contando histórias, brincando – e ouça sem criticar.
– Forneça instruções claras, de forma bem simples e objetiva.
– É importante que mantenham uma rotina com horários de dormir, acordar e fazer refeições, lembrando-os de beber água.
– As crianças devem ficar junto às suas famílias e, sempre que for possível e seguro, de
preferência com os pais. Se não der, tente usar os recursos de chamadas de vídeo várias vezes por dia.
Busque pessoas que possam acolher a sua demanda emocional. Se estiver mais angustiado, triste ou ansioso, busque conversar com pessoas que geralmente têm uma postura mais otimista frente às dificuldades. Dedique-se às suas tarefas e à família. Aceite apoio emocional quando oferecido e ofereça auxílio sempre que puder. Experimente outras formas de se expressar, como pinturas, desenho, música ou dança. Expresse suas emoções e sentimentos. Promova a expressão de sentimentos de seus familiares. Para que as coisas melhorem, reze ou pratique o ritual religioso de sua crença, caso você seja adepto de alguma religião. Busque momentos de conexão emocional consigo mesmo. Conhecer seu mundo interno, suas próprias emoções e seus pensamentos podem ser um primeiro passo para ter ações mais voluntárias frente ao estresse.
Tenha (muita) paciência – evite gritar ou ser ríspido – essa situação é difícil para todos!
Quando corremos atrás da paciência o que precisamos flui até nós, pois justamente não mergulhamos no stress e no caos. Pelo contrário, aproximamo-nos de um propósito de vida – somos inundados por nossos valores, a identidade da nossa alma, a verdadeira prática de crescimento pessoal.

Cristina Zamberlam Giongo.
Psicóloga Clínica, Terapeuta de Casal e Família, Terapeuta Comunitária Especialista em Aconselhamento das Relações Familiares